terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Domingo levantou poeira

Domingo levantou poeira

O último dia de janeiro de 2010 foi um domingo perfeito.
Acordar no Rio de Janeiro no calor de 35⁰C pede ducha gelada e praia.
Sinal dos tempos, depois de falar com minha companheira em Berlim, chamei pelo Skype dois grandes amigos, os irmãos Calé. Já é, Posto 10!
Sol forte, céu azul, mar lindo, boa companhia: tudo para desfrutar as fantásticas possibilidades de um domingo.
O mar lava, refresca, descarrega. Qualquer carioca morando longe do Rio dá outro valor para o mar. E a beleza da orla do Rio é incrível, exuberante.
Após a praia um bom almoço (Fettuccini com tiras de filé ao molho gorgonzola é ou não é um bom almoço?), outro banho gelado e…

…domingo, eu vou ao Maracanã
vou torcer pro time que sou fã
vou levar foguetes e bandeiras
não vai ser de brincadeira ele vai ser campeão
não quero cadeira numerada
eu vou lá pra arquibancada pra sentir mais emoção
porque meu time bota pra ferver
e o nome dele são vocês que vão dizer, ôôô…

O encontro marcado na estátua do Bellini é com outros grandes amigos – Luiza e Bernard – os mesmos companheiros do meu último jogo no Maraca (2 a 1 sobre o Grêmio, o jogo do Hexa).
Dos 55 mil presentes ao Maior do Mundo arrisco um palpite sem tirar nem por: 40 mil rubro-negros e 15 mil tricolores. O clássico prometia. Os times são apontados como os dois principais candidatos ao título carioca deste ano. Uma curiosidade apimenta o clássico: Considerados os retrospectos nos últimos vinte jogos dos vinte clubes que disputarão a série A do Brasileirão 2010, Fla e Flu tinham o melhor aproveitamento: 81%, com 15v, 4e, 1d.
O Mengo tinha Léo Moura suspenso e Williams voltando de contusão, este no banco de reservas e entrou no 4-4-2 escalado por Andrade com Bruno, Fierro, Álvaro, Angelim e Juan; Toró, Fernando, Kleberson e Petkovic; Vágner Love e Adriano. O Flu veio a campo no 3-5-2 armado por Cuca com Rafael, Gum, Cássio e L. Euzébio; Mariano, Everton, Diguinho, Conca e Júlio César; Alan e Maicon – tendo Fred amarelado como bom tricolor que é.

Nos primeiros cinco minutos boas tramas entre Love e Adriano davam a impressão de que o Fla iria marcar primeiro, mas depois da pressão inicial, na primeira boa chance que teve o Fluminense marcou 1x0.
O Flamengo sentiu o gol e marcava muito mal não dando combate e deixando o Flu tabelar na entrada de sua área ou lançar bolas nas costas de seus laterais. Além disso, o Fla tinha dificuldade para criar e insistia no jogo pelo meio engarrafado. Depois perder uma chance incrível embaixo das traves, o Flu fez o segundo, de pênalti: 2x0.
Quando parecia que o jogo ficaria feio para o time de Andrade, boa jogada pela esquerda, infiltração de Juan e Pênalti para o Flamengo: Adriano descontou vazando o Tricolor pela primeira vez no ano: 2x1.
Logo depois, porém, esfriando a reação do Mengo, o Flu aproveitou a bobeira da zaga rival e fez o terceiro: 3x1 para susto dos flamenguistas e fim do primeiro tempo. A Raça Rubra Negra dava o tom para seus jogadores: “Queremos raça! Queremos raça!”

Foi aí que Andrade começou a mostrar porque a torcida o chama de “sinistro”. O Flamengo voltou com Williams no lugar de Fernando e o prata da casa Vinícius Pacheco no lugar de Pet, que estava lento e já tinha perdido algumas bolas na frente.
No início do segundo tempo a postura do Flamengo foi completamente diferente. Marcação em cima, volantes mordendo e ataques rápidos com Vinícius abrindo pela esquerda e Williams pela direita.
Com fôlego renovado e atrás no placar o Mengão foi pra dentro. Vinícius Pacheco acertou a trave em chute cruzado de fora da área.
Não demorou quinze minutos para o Mengão empatar para delírio da Maior do Brasil. Vágner Love fez o segundo pegando sobre na pequena área e Kleberson marcou o gol de empate em bela jogada e pela direita.
Tudo igual e um novo cenário para a última meia hora de partida. E novamente o imponderável acontece: Álvaro, xerife da zaga flamenguista recebe o segundo cartão amarelo e é expulso deixando o Fla com um homem a menos.

Aí Andrade acertou de novo: ao invés de tirar uma peça do meio de campo, Andrade sacou Fierro, que não vinha bem, para a entrada do zagueiro David, deixando Williams, o maior ladrão de bolas do último Brasileirão e possuidor de quatro pulmões, incumbido de marcar o corredor direito.
Já Cuca cometeu grave erro: na ânsia de aproveitar a vantagem numérica sacou seu líbero Cássio e lançou o atacante Kieza. No ataque seguinte à substituição roubada de bola de Williams e boa trama entre Vágner Love e Vinícius Pacheco acha o Imperador dentro da área, livre de marcação. Adriano não perdoou e virou para o Mengo: 4x3 e êxtase no Maraca.
O Flu ainda teve algumas chances, o jogo era bom, corrido e cheio de emoções. Em novo contra-ataque do Fla Williams fez ótimo lançamento e a bola chegou limpa para Adriano carregar desde a intermediária e tocar na saída de Rafael, metendo o quinto e fechando o caixão tricolor.
A alegria à esquerda das cabines de rádio era esfuziante, digna do clima de carnaval que já toma conta da cidade. Muitas músicas enaltecendo a raça do Flamengo e hostilizando o Fluminense, tido como principal candidato a vice deste ano.

A tradicional cervejinha gelada no entorno da Praça Varnhagen rolou recheada de brindes e bom humor. Por pouco tempo, no entanto. Após uma hora de comemoração, pit stop na casa de minha irmã, o terceiro banho gelado do dia e rumo à rodoviária.
Destino: São Paulo. Lá outro ônibus aguarda às 10h da manhã. Novo destino: Atibaia.
Um domingo simples e inesquecível, fundamental para a alegria na vida e para renovar energias e a disposição necessárias pra trabalhar nas nossas lutas pela UJS!

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